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Crônica - Dia de Sángó - Manoel Messias Pereira

 















Dia de Sàngó

O dia 30 de setembro é o dia de Xangô, visto no a justa posição como dizia Roger de Batiste, como São Jerônimo da Igreja Católica, mas isto explicamos depois, ou como escreve Fernando Sàngó. Esse é o Orixá da Justiça e o dono de nossas cabeças o deus do fogo e do assentamento nas pedreiras.

Provindo de uma tradição de terreiro de Umbanda, localizada em São José do Rio Preto, recordo que no dia de Xangô é preciso armar  um grande fogueira e antes da festa a yalorixá colocava doze acarás (mechas de algodão embebidas com azeites-de-dendê) E antes do xirê, todos vão para perto da fogueira, e a yalorixá com o ponto cantado apropriado acende cada mecha. E os médiuns ou iniciados dançam bem perto do fogo, sem se preocupar com o calor, e as ekédes cuidam para todos se mantenha na distancia exata.

E assim Sàngó se manifesta e volta-se com a gamela cheia de amalá sobre a cabeça, Após rodear a fogueira, ele senta num banco e toda as pessoas, as iniciadas e os presentes, se aproxima e colocam a testa no chão.

Depois temos os iniciados em manifestação com a panela de fogo dançando muito mais rapidamente fugindo de Oyá, numa corrida desenfreada e animada. Depois Xango dança seguido de Oyá e de outros orixás. E esse é o ritual que constam nos livros como de "Os mistérios dos Orixás" de Gisele Omindarrewa Cossard, que fz geralmente um estudo e análise das religiões que nos vieram do continente Africanos.

Se observamos no livro de Fernando Portugal, "Culto de Cultura Afro Religiosa Brasileira " encontramos,  as seguintes informações Quando saudamos Sángó ou Xango, dizemos Kawo Kabiesile que e "será que sua majestade permite-me vê-lo? Isto porque como é tradição dos reis ele vem com IMBE(Chorão)

A festa de Sángó em Toré no Nordeste, ABA, encontro; GERE (Guerê), alegremente.

O título de Sangó no candomblés é sincretizado como São João, é AFonjá, o oficial palaciano rebelado contra o rei AOLÉ, que tomou o poder em Óyó. Aquele que, Fon - começou, já - lutou.

Aganju é um dos nomes de Sángó  no Brasil, segundo alguns mitos africanos, em que parte bastante controvertido  seria sobrinho de Sangó filho de seu irmão rei Ajaká, ambos filhos de Oraniyán Aganju teria casado com Yemonjá sua irmã, em outors mitos ambos seriam filhos de Obatalá e de su esposa Oduwa, tendo-lhe dado um filho, Orugán, que a violou. Aganju quer dizer deserto terra firme.

Essa é uma palavra que assisti no filme "Tenda dos Milagres", de Nelson Pereira dos Santos, em que vão usar a música de Gilberto Gil Baba´Alapalá, que é lindo quase um hino de inspiração. Porém quando vemos o LP "Tenda dos Milagres " que é fruto de uma mini-série, parece que é uma outra obra, pois tem dez  musicas, muito boas escritas cantadas por pessoas como Caetano Veloso, Roberto mendes e Mabel Veloso, Moraes Moreira, Fusto Nilo, Gerônimo, Veve Calazans, Dudu Morais, Nana Caymme, Dantas Caymme, Danilo Caymme, Tania Alves, Dorival Cayme e Walter Queirosz, portanto a mini serie tem essa quaidade. Porém o filme foi um encanto e canto de Gil me levou ao céu.

Quando na festa de Xangô falamos de Oya, dentre todos as orixás femininas aquela que possui maior numero de adjetivos que a qualificam e enaltecem conforme podemos ler e ver o que consta no livro "Candomblé bem explicado da nação, bantu, yorubá e Fon escrito por Odé Kileuy e Vera de Oxaguiã. E dentre os títulos os autores expõe que é a senhora dos corais, senhora dos ventos, senhora dos nove mundos, senhora das tardes cor de rosa, senhora dos rais, mãe dos eguns, mães do ibejis, mulher búfalo rainha dos eguns e que Oiá é a representante do amor ardente impetuoso, da paixão carnal, sendo assim reconhecida como mais voluptuosa e sensual dentre do panteão feminino. E desconhece o amor apropriado somente a procriação. Ela produz a imagem da mulher destemida e guerreira companheira de vários orixás. Dominando os ventos transforma os tufões em tempestade. Ela relaciona-se com todos os elementos da natureza. E o fogo também é um de seus símbolos mais marcantes e um elemento primordial porque o home conseguiu através dele um grande progresso. Ela permitiu ao ser humano melhorar a sua alimentação, deu as condições de sobrevivência e também de suportar as intempéries da natureza. A brasa do carvão fervente e pujante possui também o simbolismo do calor da paixão, que esquenta e impulsiona o coração. Com Iyá e Sàngó não é possível delimitar as suas posses.

Pois tudo esta relacionado, se não existir o vento a madeira não queima. Se não tivermos a madeira , não existe o fogo e dai vem a impossibilidade de dividir os direitos, pois sem uma das duas divindades não existira o fogo só existe pela união do ar com a madeira e do étero com o material.

Embora companheira de Sàngó, pertencendo e possuindo elementos idênticos, como o fogo, o movimentos dos raios e o trovão possui polos distintos e antagônicos. Oya relaciona-se bem com os Eguns e com a morte, que tem a simbologia da imobilidade, do frio e da inércia, atributos que Sàngó renega e dos quais exige distancia e apesar destes comportamentos distintos ambos permanecem em harmonia. E nas festividades participa junto com Sàngó  do ritual do pote de fogo. E no livro o Oráculo do candomblé das Iyàmi, escrito por Carlos Acchieri consta que Oyá ou Yansã se liga a turbulência dos elementos atmosféricos e ausa presença no jogo sugere com audácia e o poder autoritário feminino, com a fidelidade e lealdade que, contrariada, podem resultar em extremadas manifestações coléricas. Talvez ai entendemos que é necessário a harmonia destes direitos.

Sango se liga nas forças dos elementos materiais, ao domínio do fogo e da guerra, da virilidade masculina e se liga à instituição da dinastia, que passa a vida e o poder real de pai e filho senso, sendo portanto um negador d morte. Representa portanto as naturais aflições da personalidade masculina.

E a sua presença significa que devemos ser senhores e amistosos não tolerando gratuitas contradições, nem nos levando facilmente a crise coléricas incontroláveis. significa nos encantar com o charme do sexo oposto, mas no limite da decência.

Frente aos conflitos que nos atinge devemos ser dignos, severos  e benevolentes, sabendo guardar um inatacável sentimento de Justiça.

Representa a necessidade da afirmação dos princípios superiores da personalidade humana sobre a natural dualidade do home animal. Representa os poderes espirituais, mentais e físicos pelas quais os homens podem guiar suas vidas. Representa caráter apto a esforço pessoais, decidido e justo, independente e conciliador, ego-cêntrico carismático, cariativo altruísta. As ferramentas presentes nas suas cartas são o Duplo machado simbolizando o duplo poder e domínio simétrico sobre o Bem e o Mal; e o Fogo no qual tudo se destrói e, pelo qual, tudo se reconstrói.

Sugere a capacidade de auxílio, providência, proteção de êxito sobre adversidade e conquista de recompensa por trabalhos pessoais. Sugere pendor artístico, temperamento simpático e vaidoso, presença popular de prestigio conquistando público e seduzindo pessoas.

No Brasil Kawo é um tipo de Sàngó associado a justa posição de São Jeronimo e de Sõ João Batista, embora  maioria fala em sincretismo, não é o que determina o estudo de Roger de Bastiste. 

A comida de Sàngó é caruru, que é uma comida feita de ervas, cozidas e batidas, levando camarão, peixe e azeite de dendê. e também comida votiva de Ibejí somente com quiabo, é o amalá.

Na lenda na cidade de Oyó, não existe pe-´de- obi, porque conta que Sàngó que se enforcou como diz a cantiga "Oba Nisa iku loke odo Oberioman Irá Ira Irá (Rei sagrado morte a beira do rio na cidade de Irá na colina de Kosu. para pronunciar a palavra orbakoso, deve-se ter seis pedaço de orogbo, na mão diireita, esquerda e na boca. É um nome sagrado. Para Sángó se dá três ou seis orogbo, em cima de qualquer comida que lhe pertença

Odoyá e o rio donde Oyá se transformou e sumiu na cidade de Osogbo, depois do enforcamento de Sàngó.

Os filhos de Sango são Onisango ou Odosu Sango. A justa posição ou sincretismo vamos aqui, colocar, assim como ògódó é identificado nome de Sango com São João e São Gerônimo, Sango Abomi que dizer derramar água de uma vazilha com São João Batista, Agogo sincretizando com São Paulo as vezes ão Pedro,  Sango Wowro Sancgo menino sincretizando São João Batista ou manhã, Zambara Sango em culto bantu

A prece de Sàngó e assim "Oba Algagbàra oga uawon Yorubá baba ti ni to ni asona oga ni dajo wanikan Loni Ase lati je oni feferin titi ojo ajun meewa esi do oba waon Óloqrisá; que significa Poderoso orixá dos yorubás, pai companheiro e guia, senhor de equilíbrio e da justiça, so você tem o direito de acompanhar pela eternidade o seu olorisá.

O culto aos orixás e seus Axés é sabedoria original, patrimônio espiritual, que devidamente consultada nos guias para as ações mais acertadas no trato das coisas, da vida no dia a dia do nosso existir.

Nos cultos afros todos os orixás representam os elementos da natureza, o que representa o homem é o mensagem entre os deuses e os homem o Exu, que caminha sempre pelas estradas e esta sempre com Ogum, que no momento da guerra auxilia Xangô. Um tem o poder do fogo, o juízo e outro todo o domínio das batalhas. Para Sàngó tudo se transforma de pai para filhos ele recusa a morte.

Ha um canto que disse "Sàngó quando andava no mundo escrevia com pena de Ouro quem deve paga e quem merece recebe, quem deve paga e quem merece." Esse canto chamamos de pontos cantados assim como temos os pontos riscados. O ponto é um firmamento. E um presença e uma necessidade de cada filho

Saldamos Sàngó, com Kawo Cabecilê.


Manoel Messias Pereira

professor de história , cronista

São José do Rio Preto-SP



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