Pular para o conteúdo principal

Crônica - A Miséria Capital no Brasil do Século XXI - Manoel Messias Pereira

 





A Miséria Capital no Brasil do Século XXI

Quando temos a necessidade de sonhar, é porque a realidade tem a necessidade de despertar-nos para a crueldade nacional ou internacional. Pois a estupidez já é histórica e se realizarmos um retrospecto desde o surgimento do ser humano e se atermos aos feitos normais de seu comportamento espantamos ou escandalizamos. E isto percebemos e podemos até explicar.

Somos separados  em nacionalidades, divididos por grupos étnicos, divididos em religiões e tecnologias, classes sociais, mas somos todos porém filhos e frutos da própria natureza, portanto seres da mesma espécie humana. E necessitamos emergencialmente de comunhão, de solidariedade, de fraternidade e de socialização.

E a nossa ação primordial é despertar para a sensibilidade, notar a deterioração do ser humano visível e  em seguida  pensar e evocar a revolução total das consciências, longe da hipocrisia , da insinceridade e talvez essa tenha sido a máxima do sociólogo Herbert de Souza o Betinho, quando pensou no movimento contra a fome e a favor da cidadania. E assim conseguiu a mais profunda  compreensão religiosa da vida. Porém é preciso aprofundar ainda mais esse movimento, aperfeiçoar as nossas ações humanisticamente agora refletindo na humanidade, não apenas no socorro imediatista, fugir do movimento ritualístico, de ajustamento e sim implementarmos na sociedade o sentido de vida resultante da auto compreensão. Conhecendo inicialmente a nós mesmos. E descobrindo que o rito natural do País não deve resumir a estupidez e violência, a desvios de condutas do Executivo Federal, juntamente com as duas Casas Legislativas Federais que vão estabelecendo orçamento secreto, mas é preciso uma transparência, de um respeito a maioria da população que pertence a classe trabalhadora, que é quem promove a riqueza porém fica a mercê da distribuição da miséria, do capital.

O ideal seria que o Executivo e o Legislativo fossem poderes gerados a partir dos sonhos de quem trabalha, sabemos que não é mas sim é fruto de nossas angustias e pesadelos, combinado com a mediocridade da classe dominante. E de alguns seguidores religiosos que creem numa alusão a Deus e ao poder político.

Diante de noticias como orçamento secreto, rachadinha, eliminação e intimidação de autores políticos contrários ao pleno status quos. Ou a presença do Estado na periferia das grandes cidades, em que mortes e massacres são muitas vezes frutos da ação de bandidos fardados em nome do Estado com pintas de executores. Sentimos que há mais ações maléficas do que benéficas.

E assim vemos a estupidez,  e a intransigência governamental, aliado a hipocrisia. Enquanto a militância sabe das falas e das ações de quem demanda o poder, porém parte desta militância, denuncia mas continua acuada. Parte desta militância tem família, tem filhos, tem a rua para percorrer, e sempre forças formativas para entender a lógica formal do crime capitalista.

Talvez não o crime, com teor jurídico, com embasados nas leis e mesmo que tenham embasamentos, tem uma ação terrível, desumana. Basta lembrar que o processo escravocrata era legal, e dentro da lei em que se marcava seres humanos com ferro quente e chamavam os escravizados principalmente no Brasil de semoventes ou sejas animais. Tanto que neste capitalismo brasileiro vendiam seres humanos olhando-se  os dentes como faziam com os cavalos. E quem organizava-se as leis e o status quos eram a elite governante, muitos deles escravocrata e o sistema era capitalista. Essa violência era legal mas a sustentação hoje disto pode depor contra o que entendemos ser humano, portanto é uma ação desumana e já criminosa juridicamente hoje.

Porém o preconceito, a desgraça da discriminação e a miséria capital do racismo é quotidianamente tratada como algo intolerável, mas não há espaço neste capitalismo, que é um sistema excludente, esses elementos e parte auxiliar do capitalismo. Por isto não acaba, e apenas vemos isto sendo reproduzidos por essas autoridades  ou seres humanos que ocupam os poderes constituídos inclusive um ser que disputa o governo do Estado de São Paulo, que já diz que tiraria a câmera das fardas dos policiais, o que acredito ser um artifício que pode causar o impacto de um maior massacre e assassinato de pobres e negros pelo próprio Estado nos bairros de maior miséria das periferias paulista.

Outra coisa que sentimos no capitalismo em que num sistema em que vivemos é a convulsão entre o que é público e o que é privado. E o próprio orçamento votado tem lobista,  empreiteiras manipuladoras de deputados que agem não como representantes do povo mas como representante do capital privado. E assim deixa a classe trabalhadora também com suas necessidades e suas misérias privadas, e podemos dizer que a nossa fome é privada, e a ideia de ser uma das primeiras economias sabemos que a desgraça da classe trabalhadora tem um significado muito substancial ou seja quem governa é insensível para as reais necessidades do povo deste país.

 E assim fixam-se a desgraça como num espelho num jogo de espelho que reproduzem. E com o nosso auto conhecimento precisamos quebrar esse espelho e lutar para a gestação da liberdade ativa nos limites do nosso puro amor ou seja num Poder Popular revolucionário.

Temos a necessidade de sonhar, é porque a realidade tem a necessidade de  despertar-nos, para a crueldade nacional e internacional. Entendam isto.

Manoel Messias Pereira

professor, jornalista, cronista e poeta

São José  do Rio Preto -SP. Brasil



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Fatos Históricos, politicos e sociais do dia 7 de junho - Art & Conscientia

  Em7 de junho de 1494- O Tratado de Tordesilhas é assinado entre Portugal e Espanha dividindo entre si o novo mundo. É neste mapa foi como ficou o Tratado, uma vez que esse mapa é o de Alberto Cantino e que foi feito em 1502. Por meio da copilações (método rudimentar dos mapas medievais) que inclusive já registrava o Brasil, 172 anos da posse portuguesa que para cá enviou Pedro Alvares Cabral em 1500. Em 7 de junho de 1692 - Em Port Royal na Jamaica é atingido por um sismo catastrófico em apenas 3 minutos morreram 1600(Um mil e seiscentas) pessoas e 3000 (Três mil) ficaram feridos. Em 7 de junho de 1839 nasce Tobias Barretos, escritor brasileiro, filósofo, poeta. Falecido em Recife em 26 de junho de 1889 Em 7 de junho de 1908 -O papa Pio X, por meio da Bula Diocessium Nimiam Amplitudinem, cria as dioceses paulistas de Ribeirão Preto, São Carlos, Botucatu, Campinas e Taubaté. O povoado de são José do Rio Preto passa a pertencer a diocese de são Carlos, tendo como bispo diocesano D...

Fatos Históricos, Políticos e sociais do dia 4 de agosto - Art & Conscientia

  Em 4 de agosto de 1578 - Falece  em Alcácer- Quibir no Marrocos, D. Sebastião I, o rei de Portugal, apelidado de "O Desejado" e o "O adormecido" rei de Portugal e de Algarves de 1557 até o seu desaparecimento. Era filho de João Manuel príncipe de Portugal e de Joana da Áustria, ascendeu ao trono muito ovem com a morte do seu Avô D. João III, e no Brasil até hoje manteve-se o imaginário da volta de D. Sebastião, o que chamamos em história e na literatura de "dom sebastianismo" um sentimento quase que irreal. Nesta mesma Batalha morre também o sultão do Marrocos Abu Marwan Abd al Malik Saadi, que havia herdado o trono de seu sobrinho Mulei Mohammed que havia refugiado em Portugal e arrastou o seu primo D. Sebastião embora as forças de Mulei, que é conhecido como Mulei Maluco, venceram faleceram os três reis da o nome da Batalha dos Três Reis que não deixou descendência por isto na história do  Brasil tivemos a presença de D. Felipe I o que chamamos de Bras...

Fatos Históricos, Políticos e Sociais do dia 12 de junho - Art & Concientia

  Em 12 de junho de 1817 -Falece em Salvador -BA, Domingos José Martins, executado por fuzilamento pelo crime de Lesa Majestade, era um comerciante de ideias liberais, que defendiam negros e mestiços, um dos revolucionário da Revolução Pernambucana. Ele que nasceu em Sitio Caxangá em 9 de maio de 1781. Em 12 de junho de 1817 em Salvador -BA, o padre Miguelinho como ficou conhecido Miguel Joaquim de Almeida Castro, revolucionário da Revolução Pernambucana, foi morto com perfuração a bala. Ele que nasceu em Nata-RN em 17 de setembro de 1768. Em 12 de junho de 1850 nasce Robert Ivins, explorador português na África , filho de pai inglês e mãe açoriana. Prestava serviço ao estado colonial. Em 12 de junho d 1865 - Falece o marinheiro Marcílio Dias da esquadra real no Brasil, a borda da Corveta. Na cidade de São José do Rio Peto - SP, o seu nome foi lembrado, numa das primaveras associações da comunidade Negra, organizada pelo Griot Sr. Aristides dos Santos (militante do Movimento Negr...