Crescer olhando o céu
No meu tempo de menino, deitava no terreiro todo tijolado e ficava olhando o céu. Era apenas uma criança que observava as nuvens, que contemplava o azul do céu e questionava tanta beleza além dos objetos que tínhamos em casa. E assim sentia que viajava para um mundo distante e deitado ali até dormia.
Eu era apenas uma criança de aproximadamente com 5 cinco anos, esperava meu pai chegar em casa trazendo doces como bombocado, doce de maria mole, passoca e doce de leite. E quando ele chegava além dos doces vinha uma cabeça de um ser embriagado, bebia cachaça e ao chegar em casa tentava subir pra casa mas ficava na escada. E muitas vezes dormia ali.
Muitas vezes esforçava para que ele entrasse mas ele ali permanecia e confesso que não sei até que horas, pois dormia cedo, entrava e ia repousar. Assim como acordava cedo.
O exercício de olhar o céu era interessante pois havia a ideia que Deus estava lá, e eu ficava imaginando, outras vezes apenas indignando.
Mais tarde pude perceber aquilo que um dia escreveu a filósofa Simone Beauvoir "Para as crianças as invenções humanas, as palavras e os costumes, os valores são fatos consumados inelutáveis como o céu e as árvores, ou seja o mundo que vive é o mundo sério já que o específico do espirito da seriedade é considerar valores como coisas estabelecidas." Via o sério como repressão quando se errava vinha uma chinelada ou uma vara de marmelo ou bambu.
E outro ponto que Beuavoir fala é que o mundo infantil se mantem além da adolescência. e desde a infância já suas falhas se revelam no espanto, a revolta, no desrespeito, as crianças pouco a pouco se interroga, porque é preciso agir assim ou assado.
É isto é talvez a tentativa de pensar mais de uma vez. Quando nasci já existia tudo aqui, tive uma mãe , um pai, tive um destino e vou mudar e transformar esse mundo como? Para a criança isto parecia ser algo impossível, parece que faltava um autonomia e dai passo a entender a rebeldia dos adolescente, que precisam aprender a trabalhar com essas mudanças.
E a mudança não é só comportamental, mas também é física, alguns meninos vão criando pelos pubianos, vão engrossando a voz, algumas meninas começam a menstruar. Outros adolescentes desejam experimentar sensações conjugais com o mesmo alguém do mesmo sexo, ou não. Alguns desejo orientar-se por outros gêneros e muitos vão trabalhado ou vivendo sem entender que isto tudo vai muito além do céu. Outros desenvolve suas atividades sexuais na violência domestica, outros no convivios com os amiguinhos
Algumas meninas buscam os rebolados como e aprendem a rebolar e tiram os sonos dos machos. Outros meninos também se transformam em meninas e desejam namorar. e toda a mudança nasce da formulação das formações das orientações.
Um dia uns que desejam serem príncipes e uns desejam serem princesas. Mas os príncipes lembrando Maquiavel ou seja usando uma frase deste autor fora de contexto, "os príncipes precisam saber ser animal e homem e quem dizia isto era Aquiles e vários outros senhores do tempo passado que confiaram ao centauro. Quíron para educar sob a sua disciplina. E ter assim por preceptor um ser meio animal e meio homem, porém que o príncipe precisa saber é utilizar quando ser um ou ser outro do contrario a convivência não é durável. Ou a doença mental pode instalar-se.
É preciso sempre manter os olhos no céu entendendo e acreditando num Deus, mas percebendo que antes que nascemos aqui já havia uma natureza. Com toda a sua beleza, ja havia o ar, o sol as estrelas, coisas que aos pouco vamos descobrindo. Já havia as chuvas, os rios e os cérebros dos seres humanos que pode influir no contexto geográfico..
Se está bem ou se está mal apenas entendendo que a lembrança do tempo de criança sempre é a matriz de nossos sonhos, mas que sempre vamos crescer, passamos para a adolescência, ficamos adultos, ficamos sérios, namoramos, amamos, nos perdemos de amor e depois morremos. Mas creio que vivemos fases de crescimentos sempre. E na fase adulta crescemos intelectualmente alguns outros príncipes viram gado e o seu lado animal manifesta-se politicamente na extrema direita. Porem a crônica embora seja ficcional, toda a semelhança pode ser mera coincidência.
Manoel Messias Pereira
professor, poeta
São José do Rio Preto -SP. Brasil
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