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Artigo - Um fragmento da vida de Bento Prado Junior - Manoel Messias Pereira

 









Um fragmento da vida de Bento Prado Junior  



Em 21 de agosto de 1937 nasceu em Jaú- SP, Bento Prado de Almeida Ferraz Prado Jr, foi filósofo, professor, crítico literário, tradutor e poeta brasileiro. E falecido em São Carlos em 12 de janeiro de 2007. É um dos personagens da formação filosófica do Brasil. A sua tese defendida em 1965, de livre docência foi sobre Henri Bergson. "Presença e Campo Transcendental: Consciência e negatividade na filosofia de Bergson, porém esse estudo somente foi publicado como obra em 1988 e pela Edusp e em 2002 foi traduzido e publicado na França.

Recordo o meu tempo de estudante que li Bergson, para responder as  questões que ficavam pendente nas aulas de filosofia, pois nos dias de sexta feira eu não ia a escola, pois tinha ensaios de orquestra ou tinha que viajar, para as apresentações. E portanto os assuntos do professor de filosofia e de uma matéria chamada teoria filosófica das religiões.

Porém voltando a falar de Bento Prado Jr., o que sabemos é que todos os estudos que tratam sobre Bergson assim como sobre a fenomenologia francesa do século XX que inclui autores com Jean Paul Sartre e Maurice Merleau-Ponty, precisam manter uma interlocução com os livros de Bento Prado Junior".

Bento Prado jr, foi graduado pela USP e doutorado pela USP e pós doutorado no Centre National de La Recherche Scientifique. Produziu obras ecléticas entre elas história, filosofia, filosofia da psicanálise, filosofia da linguagem, criticas literária e poesia. E é tido como um dos maiores ensaístas da filosofia brasileira.

Ele que trabalhou na PUC e na Ufscar, porém sabemos que com o processo do golpe  Civil, Militar e Empresarial de 1964 em que pensar era efetivamente  passou ser perigoso, para o regime ditatorial então instalado, Bento Prado Jr, juntamente com José Arthur Giannotti foram aposentados compulsoriamente e auto exilaram na França.

Bento Prado Jr, retornou ao Brasil no final dos anos 70 para lecionar primeiro na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo- PUC e depois na Universidade Federal de São Carlos-UFSCAR, onde se tornou titular.

Quando tratamos de suas obras chamamos de o clássico da filosofia brasileira, conforme nos ensina Marilena Chauí de Maurice Merleau-Ponty, não é a explicação do mundo mas interrogação, e seu tema é a linguagem, ponto no qual se entrecruzam a filosofia e a não filosofia, isto e, artes, literatura, política, ciência. E a linguagem é o fio condutor de Bento Prado, A retórica de Jean Jacques Rousseau: o discurso político e as belas artes. Retomando uma tradição interpretativa que considera a obra filosófica um discurso nascido do dilaceramento, de contradições e dores a que o sujeito reage por meio do trabalho da escrita.

E nisto surge as consequências para a estrutura do livro, da sua obra , em numero de três, a primeira na descoberta da melhor perspectiva de leitura, na qual seja a interpretação de uma obra semi esquecida de Jean jacques Rousseau, o Ensaio sobre a origem das línguas e de duas outras consideradas controvertidas, A nova Heloisa e Devaneios de um solitário, a segunda é  a compreensão de que a linguagem é inseparável da conduta do ser humano e portanto a sua relação não é com a gramática ou a lógica ou a epistemologia  ou a crítica das ilusões sensíveis, que embaraçaria o entendimento em relação a ética e a política, bem Chaui não falou com essas palavras mas falou isto sim. E por fim a descoberta de que o efeito de abismo entre a filosofia e a gramatica ou a lógica  é abrir um espaço inédito à qual convém trazer de novo a palavra Retórica.

O que Rousseau ensina-nos é o estatuto da linguagem em que a fala distingue o ser humano dos outros animais e nesta frase que abre o ensaio sobre a origem das línguas que se entrecruzam dois sistemas diferentes de oposição; um circunscreve o lugar do homem (a diferença que separa dos outros animais) e outro desdobra o espaço da dispersão dos homens.

Porém Bento diz que vai observar na obra de Rosseau a sua solidão e com ela o limite da retórica a falta de outro como ouvinte ou interlocutor. E por isso a escrita nasce sem uma referencia ao mundo e por isso dedicada a um leitor futuro e isto é o desespero da retórica, e com isto nasce a literatura. num trama da intersubjetividade. Portanto Rosseau torna-se clássico e decididamente contemporâneo.

Em 2007 em 12 de janeiro de 2007 sofrendo de um câncer na laringe,   estava internado na Santa Casa de Misericórdia de São Carlos, o filósofo Bento Prado de Almeida Junior aos 69 anos, a 1 horas ele veio a falecer ele que era Membro do Seminário "O Capital de Marx", e professor da Ufscar e foi sepultado no Cemitério Nossa Senhora do Carmo. Foi um boêmio, um intelectual e esse foi um simples registro de sua presença na história plenamente conhecida por todos nós professores brasileiro. Pois foi ele um dos mais importantes na formação do estudo da filosofia no Brasil.


Manoel Messias Pereira

professor de história aposentado

São José do Rio Preto - SP. Brasil




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