Os 95 anos de nascimento do filósofo Jacques Derrida
A data de hoje traz-nos a lembrança do nascimento de Jacques Derrida o filósofo francês de origem argelina, nascido na Argélia na cidade de El Biar em 15 de julho de 1930 e que veio a falecer em Paris no dia 9 de outubro de 2004.
Sei muito pouco deste autor, apesar de ser um grande filósofo, do período contemporâneo. Sei que neste anos de sua morte ele esteve no Brasil participando de um evento em sua homenagem que foi o "Colóquio Internacional Derrida 2004", que aconteceu no Teatro da Maison de France do Rio de Janeiro.
Ele inaugurou o Colóquio com o Seminário "Le pardon, La Vérité, La Reconciliation: Quel Genne? Em português, O perdão, a verdade e a reconciliação: Qual gênero?
O evento foi organizado pela Universidade Federal de Juiz de Fora UFJF, com apoio do Consulado da França no Rio de Janeiro, sendo que neste simpósio, foram apresentados somente temas da obra de Derrida, tais como amizade, hospitalidade, acolhida do estrangeiro, limites da soberania nacional, processo de globalização e perdão.
O evento reuniu especialista estrangeiros e brasileiros com o objetivo de pensar a desconstrução e investigar a relevância do pensamento derrediano. No Brasil e nas ciências humanas em geral. Sendo que o pensamento de Derrida é uma referencia cada vez maior em diversos campos. Na filosofia, na literatura, na psicanálise, teoria da tradução, artes plásticas, estudo de feminismo, na teoria do pós modernismo e nas considerações sobre as novas tecnologias.
Entre os participantes brasileiros, encontraram marco António Siscar da Universidade Estadual Paulista a Unesp que falou sobre a política do coração, e Silviano Santiago da Universidade Federal Fluminense UFF além de Bernard McGuirk da Universidade de Nottingham que fez uma inusitada exposição sobre a música de Chico Buarque de Holanda "Tanto mar" Como Portugal concede o Brasil e vice e versa.
Porém Derrida teve outras vezes no Brasil em 1995 quando ministrou a Conferencia "História da Mentira: Protegômenos, no Masp. E em 2001, participou de um outro debate em torno de sua obra no Rio de Janeiro.
Mas o que recordo do que ele escreveu, reporto-me a uma reportagem da Revista Cult numero 83, na qual num fragmento ele fala do phallus, a representação simbólica do pênis, que seria um dos avatares que como Heidegger, Derrida denominou como de metafísica da presença. E essa expressão refere-se ao tipo de centramento no sujeito autônomo, absoluto e soberano, como foi desenvolvido na modernidade e sobretudo a partir de Descartes e, em seguida Kant. Entretanto o valor moderna de consciência e é um desdobramento legítimo que Platão, por exemplo em Crátilo, já se apresentava como divisão dialética entre sujeitos do conhecimento (pai do discurso e o objeto).
E fala também da releitura geral dos direitos do homem, de modo que incluam o direito das mulheres e das crianças assim como de todos os excluídos do processo de cidadania. Ele afirma que não tem nada contra o humanismo, e que apenas cabe apontar os valores que em nome da tradição falocentrica são afirmados.
Essa data lembra de seu nascimento e de maneira pouco comum lembro que ele esteve por aqui no ano de sua morte. Ele nasceu em El Biar quando a França tinha o domínio sobre a Argélia, pois vale lembrar que cem anos antes ou seja em 1830 a França enviou forças navais numa expedição que ela chamava ou intitulavam que era expedição pacificadora das tribos hostis ao longo da costa, e tomaram Argel. e somente em 1962 foi que a Argélia conseguiu tornar-se independente. E em 1942 os aliados invadem a África do norte durante a Segunda Guerra Mundial. E em 1954 a 1961 o descontentamento da Argélia em relação a França era explosiva. Foi o período que ele iniciou o seu curso superior na França. Sendo que em 1959 era professor auxiliar e Harvard e quando conheceu a sua namorada que veio ser a sua esposa a sra. Marguerite Aucoulurier. E em 1959 foi professor secundário em Les Mans.
Em 10 de outubro de 2004, faleceu em Paris em decorrência de um câncer no pâncreas, é um autor pós moderno. Em 1995 quando ele fala da História da Mentira, eu que ouvi esses dias um professor antropólogo angolano dizer que a mentira é uma doença que precisa de tratamento, e depois pensando no Fake news nossa como é tenebroso aprofundar ou mergulhar neste campo. E no Brasil tivemos governo como de Jair Bolsonaro em que a mentira existiu, inclusive como jornalistas de extrema direita e apoiadores que traçaram narrativas fantasiosas, numa verdadeira estupidez. Mas enfim assim como tens gente querendo mergulhar pra encontrar o Titanic, numa operação famosa na mídia chamada Ocean Gate, onde quem procurava o destroços se destroçou. Mas o que fazer. O importante foi registrar mais esse aniversário da data do filósofo Jacques Derrida.
Manoel Messias Pereira
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