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Crônica - Os 93 anos de nascimentos do maestro e músico Paulo Moura - Manoel Messias Pereira

 



Os 93 anos de nascimento do maestro e músico Paulo Moura

Hoje dia 15 de julho de 2025, data essa em que o musicista Paulo Moura, completa os 93 anos de seu nascimento na cidade de São José do Rio Preto -SP, sua cidade Natal, de onde iniciou a sua carreira teórica musical no seio de sua família. E veio a falecer em 12 de julho de 2010, vitima de um câncer, quando precisou ser internado na Clínica São Vicente no Rio de Janeiro desde o dia 4 de julho de 2010,acabando por falecer portanto no dia 12 de julho. É um grande talento, como arranjador, músico, maestro e conhecido no mundo da música como o maior clarinetista do Brasil, embora tocasse outros instrumentos.

Na sua cidade Natal as homenagens para esse grande astro da música, hoje reflete fisicamente no nome dado a um dos mais completos e equipados Teatros, que está instalado no prédio da antiga Swift, onde no passado foi indústria de óleo, de caroço de algodão e de amendoim, cujo o nome do produto era "A Patroa" e "A Dona", olho com orgulho pois neste espaço hoje é onde produz cultura e formação educacional, e numa parte do prédio o belo Teatro Paulo Moura.

Outra homenagem ao autor é a Praça Paulo Moura onde encontra-se instalado o Centro de Eventos em São José do Rio Preto, esse centro que foi palco por dois anos do Festival Internacional Paulo Moura, cujo assisti o primeiro festival. E recordo quando surgiu, numa reportagem da Folha Ilustrada, do dia 8 de setembro numa matéria assinada pelo amigo jornalista Edmilson Zanetti em que consta "A cidade de São José do Rio Preto no interior paulista resolveu pagar de uma só vez a divida que tens a década com o seu filho pródigo o clarinetista e saxofonista Paulo Moura. O Festival Internacional Paulo Moura reunirá músicos de estilos tão distintos quanto aos caminhos do homenageado percorreu até se tornar um dos maiores instrumentistas brasileiros. Assisti esse festival ao lado do professor, poeta, dramaturgo e pianista rio-pretense José Afonso Imbá.

E tudo começou quando o prefeito Dr. Liberato Caboclo, de São José do Rio Preto que nascera no Rio de Janeiro  encontrou por lá o maestro Paulo Moura e em conversa eles se identificaram pois Paulo Moura era filho da cidade em que ele era chefe do Executivo e dai nasceu a ideia do Festival, que talvez faltou subsídios financeiros ou publicitários para se tornar uma tradição contumaz.

Recordo que na minha plenitude, quando trabalhava numa livraria e papelaria no cento de São José do Rio Preto -SP, recebi um senhor no balcão que procurou-me e convidou-me para fazer parte de uma antiga orquestra que havia em São José do Rio Preto- SP, era o senhor Reinaldo Vitor de Souza, um alfaiate que tinha como hobby, ler estudar e ensaiar musicas para fazer bailes sociais para casal assim como bailes de carnaval.

Não fui de imediato, porém mais tarde estive na casa de Reinaldo Victor de Souza e lá encontrei várias fotos, de músicos tocando em orquestra, é que o Senhor Reinaldo e Renato Vitor de Souza eram filhos de um musico que organizou a Orquestra para todos, e nestas fotos estavam o senhor Paulo Moura assim como a sua irmã que era cantora.

E assim informações que tive com o Senhor Reinaldo era  que Paulo Moura  era um estudioso que todos os dias dedicava pelo menos 5 horas para estudos e contatos com o instrumento sem interrupção. E ele dizia a dedicação era fruto do sucesso e da técnica obtida pelo musico Paulo Moura. 

Porém eu tinha um impressão não sei se correta ou não eu acreditava que o Senhor Paulo Moura, tinha uma certa dor em relação a cidade que foi berço de seu nascimento e eu acreditava nisto vendo alguns músicos mais velhos que dizia que ele apresentando uma vez no Programa do Rolando Boldrin disse que morava numa cidade próxima de Mirassol, e noutro momento quando observei o escrito do jornalista Zanetti que fala da dívida da cidade para com ele. Parecia que havia um espinho de arame farpado entre o musicista e a cidade obviamente no sentido figurado.

Quando olhamos na enciclopédia eletrônica sobre a vida do músico vimos que ele fez parcerias com a cantora Maysa de 1969 a 1975, em shows na Boate Igrejinha e no Especial da TV Cultura -Maysa Estudo.

Em 1982 compôs a trilha sonora do filme "O Bom Burguês, dirigido por Oswaldo Caldeira. Em 2005 fez um turnê nacional e internacional do espetáculo Homenagem a Tom Jobim ao lado de Armandinho , Yamandu Costa e Marcos Suzato.

Participou do documentário "Brasileirinho" do finlandês Mika Kaurismaki, que em 2005 foi atrações da mostra do Festival de Berlim. E sua última apresentação foi no Copacabana Palace em um evento de Sachal Records.

E depois de sua morte em 2011 foi lançado a biografia de "Paulo Moura um solo brasileiro" de Halino Grynberg, sua companheira por 26 anos em entrevistas que fez com Paulo Moura. Em 2012 foi lançado o CD Pulo Moura de André Sachs-Fruto Maduro, pela gravadora Biscoito Fino com dez músicas inédita numa parceria dos dois músicos que começou em 2004 e duraria até aos momentos finais do maestro. A última gravação data-se do dia 25 de março de 2010alguns meses do seu falecimento.

E em 2012 no dia 21 de junho o Teatro Paulo Moura foi inaugurado no Centro de referencia de Educação e Memória da Infância - Cremim onde está instalado o no Complexo da Swift,  na Avenida Duque de Caxias 3900 no Jardim dos Seixas-SP, 15061-001.

Em 2013 o CD Paulo Moura e André Sachs recebeu duas indicações para o 24 Premio da Música Popular Brasileira o Melhor Álbum instrumental e melhor Solista.

Hoje temos o Instituto Paulo Moura, que é um ponto de encontro para a musica instrumental, tendo o legado Paulo Moura como raiz. Caminhando entre a rítmica africana e a vanguarda americana e europeia. Lá encontramos vídeos e toda a obra do artista. Contato nas redes sociais e pelo endereço eletrônico "contato@institutopaulomoura.com.

Durante o período em que estive atuando como locutor num programa de rádio, na Radio Espaço Aberto, de São José do Rio Preto por um certo tempo nos dois anos e seis meses que lá estive, Paulo Moura e a composição "A rosa de Pixinguinha" interpretada por ele, fez fundo sonoro dum programa, intitulado "Tempo e Reflexo", pois sempre é tempo para uma boa reflexão. 


Manoel Messias Pereira


professor de história , poeta e cronista brasileiro


Membro da Academia de letras do Brasil
membro do Coletivo Negro Minervino de Oliveira
Membro do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de São José do Rio Preto -SP. Brasil







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