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Crônica - Dia Internacional Nelson Mandela - Manoel Messias Pereira

 



Dia Internacional Nelson Mandela

O dia 18 de julho 1918 nasceu Mvezo -África do Sul, numa aldeia  Nelson Rolihlhla Mandela, carinhosamente o Madiga pra lembrar o seu clã ou Tata= pai, como são chamadas as pessoas mais velhas e que tenha uma história pra contar, e hoje conforme a Organização das Nações Unidas em sua Assembleia Geral de novembro de 2009 temos instituído no mundo "O dia Internacional Nelson Mandela" O mais importante líder da África Subsaariana, vencedor do Premio Nobel Nobel da Paz. Porém ele recebeu entre prêmios e comendas pelo mundo 250 prêmios e condecorações lembrando a medalha Presidencial da Liberdade dos Estados Unidos. Que inclusive classificava-o como terrorista comunista. Além de ter recebido também Premio Ordem Lenin da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. E ele que veio a falecer em Houghton em Joanesburgo-África do Sul.

E a primeira vez que tive contato com Nelson Mandela e sua história foi no inicio dos anos 80, quando ele encontrava-se preso e eu participava de um projeto chamado Amndala, na qual eu recolhia assinatura para ele ter o doutor honoris causa. Nessa época estávamos no Grupo de Danças Tiê Terra e quando Mandela esteve no Brasil, fomos convidados, porém outras pessoas que não eramos do Grupo estiveram em São Paulo em nosso lugar. O grupo nosso era formado Fatima Carozzi, João Aparecido da Cruz, o Black, Manoel Messias, a Graça, a Rosa, a Edicéia. o Zezinho, o Mauricio, a Monica, a Rosana Duarte e a outra Rosana irmã do professor e musico Celinho, a Marlene, e eu tenho certeza que nenhum ou nenhuma de nós estávamos lá representados. Pensar Nelson Mandela é sempre lembrar de um poema de Paulo Leminsk, na minha cabeça.

 poema de Paulo Leminski :

"Senhor,

peço poderes sobre o sono,

esse sol em que me ponho

a sofrer meus ais ou menos,

sobra,

quem sabe,

dentro de um sonho."

Mas é também reportar-me, as concepções religiosas das matrizes africanas, que nos ensinam:

Omulu e Abaluaye, os deuses africanos, na memória e na lida dos cultos afros brasileiros, mostra a face da vida, dizendo que todas as pessoas tem um princípio e um fim. É o deus da desintegração, Obá = Rei, Luaye = Céu e Terra. A deusa das formigas brancas, que adentra a terra torna a sair. Omulu é o deus ligado ao Sol, ao acaso, à Noite ao Dia, o princípio e ao fim. A morte é como o pôr dos sol, o crepúsculo dos poetas.

História

Historicamente a África do Sul, no processo da contemporaneidade foi um país vítima da conexão imperialista, quando em 1814 a região passou formalmente para a Coroa Britânica, que entra em conflito com os negros e com os bôeres. Com o choque os bôeres imigram para o nordeste naquilo que chamamos de a grande jornada e em 1834 fundam o Transvaal o Estado livre de Orange, reconhecido como região independente na década de 1850. Mas as relações acirram-se entre holandeses e britânicos com a corrida do ouro que resulta na famosa Guerra dos Bôeres, vencidas pelos britânicos. E em 1910 forma-se a União da África do Sul, Estado fiel a coroa britânica. A minoria branca promulgam uma série de leis que consolidam o poder sobre a maioria negra e inicia-se um processo de segregação racial., com o native Land Act, e assim nesta divisão vimos dois terço da população negra ficar apenas com 7,5% das terras da África do Sul e a minoria branca com 92,5% da terras do território.

Em 1949 houve a proibição de casamentos mistos ou seja entre brancos e negros e a restrição entre ir e vir da população negra obrigado a postar passes especiais para circular nas cidades. E em 1950, a proibição de relações sexuais entre brancos e negros e a obrigatoriedade da definição de raças nos registros de nascimentos. E a proibição de partidos políticos de oposição ao governo. E a criação de áreas especiais, 100% habitadas por brancos, na qual negros so entravam pra trabalhar.

Em 1951, a Lei cria bantustões, chamados de homeland onde negros podiam residir e supostamente ter propriedade. Era a África branca controlando os bolsões de negros como se fossem nações separadas. E em 1953 houve a proibição dos mesmos locais por negros e brancos, como bebedouros, banheiros etc. Além do sistema de ensino especial para os negros com o claro objetivo de rebaixar a formação dos nativos. Em 1956 houve a aprovação de lei que regula a segregação profissional. Em 1958 os bantustões ganhava a independência mas os líderes era indicado pelo fascismo governamental.

Em 1953 Nelson Mandela escreveu que o caminho para a liberdade dos negros não era fácil. E em 1961 ele diz num artigo "A luta é minha vida". Acabou sendo preso em 1963, como subversivo poi afirmara "A África do Sul pertence a todos que nela vive".

Foi ele uma luz divina que pensou politicamente, o nacionalismo, o objetivo da Ação Política, a Política Econômica, além de pensar outros seguimentos como a questão da Terra, da Industria, Comércio, e a cooperação na politica Educacional e Cultural.

Para o jornal New York Times "foi o prisioneiro herói combatente das causas revolucionárias". Portanto a mais importante figura histórica da África do Sul do Século XX.

No dia 18 de julho de 1918, dia do Nascimento do menino Nelson Rolihlahla Mandela, parodiando Paulo Leminski "foi o escombro o voo das pombas sobre as próprias sombras" Não nascia um homem, mas um herói um ser predestinado. Nelson Mandela é Doutor Honoris Causas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, por sua luta contra o Apartheid. E hoje internacionalmente tem essa data reconhecida como Dia Internacional Nelson Mandela. E não podemos nunca esquecer que para os EUA, monitorou Mandela como terrorista assim como o CNA o seu grupo politico até 2008, com todo o respeito um país bem repugnante.



Manoel Messias Pereira

professor de Estudos Sociais, História, com extensão em africanidade
Membro do Coletivo Negro Minervino de Oliveira
Membro do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de São José do Rio Preto -SP,
Membro da Academia de Letras do Brasil -São José do Rio preto/Correspondente de Uberaba-MG.




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