Saudades eternas de José Afonso Imbá e Aristides dos Santos
Cada um de nós, somos seres humanos, que aos pouco, vamos exercendo a nossa humanidade e construindo uma história sendo essa a plena construção da vida num processo de compartilhamento. Nascemos cada um num canto, trouxemos ao mundo o nosso choro, a felicidade para uma mãe, e uma trajetória para ser cumprida.
Entre muitas definições observamos que Johann Christoph Friedrich Von Schiller, ( 10/novembro/1759 a 9 de maio de 1805), poeta, filósofo e dramaturgo alemão dizia que "toda a história universal é um luta eternamente repetida entre a avide de domínio e a liberdade por este discutível pedaço de terra, assim como a história da natureza nada mais é que uma luta dos elementos e dos corpos pelo espaço." Assim como a história do mundo é o julgamento do mundo" Ele que criou o que chamou de amizade produtiva com o famoso Joham Wolganga Von Goeth( 28de agosto de 1749e 22 de março de 1832, e a sua amizade com Schiller teve inicio em 1794 quando foram residir juntos trabalhar juntos e escrever sátiras juntos, o que foi chamado de de um marco celebrado na literatura alemã.
Schiller dizia-se critico da Revolução Francesa, e segundo o que ele viu foi uma degeneração em violência e o fracasso sucessivos e numa carta afirmou que é possível elevar o caráter moral de um povo tocando primeiro nas almas com a beleza, ideias que com seus textos, artísticos penetram na terra do conhecimento.
Porém Marco Tulio Cícero (3 de novembro de 106.AC a 7 de dezembro de 43 a.C), o advogado, escritor, orador e filósofo da gêns Túlia da República Romana, filho de Cícero o Velho com Élvia o pais do Cícero, o jovem dizia que a história é na verdade a testemunha dos tempos e a luz da verdade.
Construí a minha história na plena humildade, no respeito ao outro ser humano, na leitura dos olhares na ternura da existência, na construção de amizades, nos limites de meus passos, na correção dos caminhos e foi assim que conheci seres humanos na cidade em que nasci, que elevaram-me, na minha humanidade e postura social. E entre eles destaco José Afonso Imbá e Sr. Aristides dos Santos.
Aristides dos Santos que nasceu em Campinas em 10 de fevereiro de 1914, estudou até o segundo ano do curso primário, precisou ajudar a sua mãe e começou logo cedo a trabalhar foi servente de pedreiro, oficial de justiça entre 1959 a 1963 exercendo a função de comissário de menor. Na época acabou sendo detido como comunista embora nunca tenha sido, ele apenas era um sujeito que reivindicava uma estabilidade melhor para os negros na sua grande maioria negra. Foi autor de Flores do mesmo jardim e também o Retalho de uma raça. Embora pouco falou sobre isto ele oi cantor de orquestra, foi ator de teatro amador, Fomos amigos discutimos muito sobre a cultura afro, sobre o posicionamento que cada um deve e devia ter socialmente. Creio que na nossa amizade aprendemos a crescer, talvez nem fosse a amizade produtiva em que falava o dramaturgo alemão Schiller, mas sempre de um profundo respeito.
Sr Afonso Imbá que também nasceu em uma outra cidade num outro município numa outra unidade da federação, porém a nossa amizade, talvez tenha nascido do sonho de discutir e trazer a tona a desfaçatez da vida, que neste país é colhida de discriminação, de preconceitos e de racismo. Imbá o contador que passa para ser funcionário de um banco mas foi impedido de trabalhar por ser negro, e a pessoa que entrevistou na época o seu defeito é sua cor. Imbá que foi trabalhador descarregando caminhão, até ter a oportunidade de inscrever e entrar na Policia Militar, na qual dedicou-se e cresceu como bombeiro. Imbá postulando e alcançando o cargo de tenente, que foi escritor, poeta, foi pianista, declamador, ator, dramaturgo escreveu Vitae Baca na título na língua bantú, uma língua africana conhecida e falada no interior do Estado de São Paulo. Imbá foi pesquisador da cultura negra. O que o escritor e artista plástico Jocelino Soares chamou de príncipe negro, embora tenha toda a humildade de grandes mestres como um Gandhy ou Jesus Cristo. Imbá que antes de casar, estudou teologia, e quase foi padre. Um grande amigo inesquecível. Teve esposa e três grandes frutos dois meninos e uma menina todos maravilhosos.
Tanto José Afonso Imbá, quanto Aristides dos Santos, foram artistas de uma vida, foram escritores de uma existência, foram negros que foram vítima de uma sociedade que se quer ainda preconceituosa, discriminatória e racista. Ambos foram membros do Conselho Afro, ambos refletem muito a fala de Cicero da antiguidade de Roma. Que diziam que a história é a testemunha dos tempo e a luz da verdade. Com ambos aprendi iluminar-me como professor da ciência histórica na compreensão de uma verdade esplendida reflexiva. E que me ajuda a levitar-me socialmente. E como uma coincidência ambos faleceram num dia 11 de junho. Aristides dos Santos em 2013 e José Afonso Imbá em 2015, ambos figuram na galeria de personalidades Aristides dos Santos. E toda a comunidade negra de São José do Rio Preto SP, com certeza tens saudades e sabem que são seres eternos, que soam como uma música clássica.
Manoel Messias Pereira
professor de história, poeta e cronista
São José do Rio Preto -SP.
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