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crônica - Os 50 anos da Independência de Moçambique - Manoel Messias Pereira

 










50 anos da Independência de Moçambique



Em 25 de junho de 1975 temos o início da libertação de Moçambique do Império de Portugal. Quando em Moçambique diversos movimentos fundiram-se e fundaram a Frente de Libertação de Moçambique em 1962 e que iniciou a sua luta armada em 1964, com a retaguarda apoiada pela Tanzânia. A chamada Guerra da Independência de Moçambique bem como a guerra colonial portuguesa foi um conflito armado entre a guerrilha de da Frelimo e as forças armadas de Portugal.

O início da guerra colonial foi em 25 de setembro de 1964 com o ataque ao Posto administrativo de Chaí no distrito de Cabo Delgado. Foi uma luta contra o Estado Novo que não reconhecia a luta automista  e de independência feita pelos povos de Moçambique. Vale informar que com a Resolução dos cravos em Portugal em 1974 a situação de Angola e Moçambique complicada. Foram meses tensos, mas em junho de 1975 Moçambique torna-se uma República Popular, o que foi mais problemático em Angola, que acabou numa guerra civil. 

A Frelimo fundada por Eduardo Mondlane, em 25 de junho de 1975 sob a presidência de Samora Machel, torna o país independente e inicia  um regime de definição socialista que foi minado pela guerrilha da Renamo que foi sustentado pela África do Sul com o regime do Apartheid. 

Vale lembrar que a guerra de Independência de 10 anos , é consolidada com os acordos de Luzaka na localidade zâmbia no dia 7 de setembro de 1974, data chamada de o "dia da Vitória" pelas cláusulas Portugal reconhece a Independência formal dos direitos dos moçambicanos. Luta essa que leva a passagem da administração do território de Moçambique para as mãos da Frelimo e com representação do povo moçambicano.

E mesmo depois de tanta luta contra os portugueses a guerra civil durou até 1992. quando a Frelimo precisou ter doses de diplomacia com a Renamo, uma entidade política com guerrilha apoiada pela África do Sul, surgiu com grande apoio do capitalismo  e os ataques eram feitos por Afonso Dhlakama e foram intensificado com a intenção de interromper o sistema de comunicação moçambicano. Os ataques segundo o livro de Paulo Fagundes Visentini eram extremamente brutais. Incluindo ataques e massacres à  população do seu país. Numa onda de violência que foi nefasta ao país que se somou as falhas das politicas governamentais juntamente com desastres naturais que empobreceu  ainda mais a população e surgiu refugiados que deslocaram cdo campo para a cidade. E dificuldades que foram atenuadas com a assinatura do Acorde de Nkomati entre Moçambique e África do Sul em 1984 numa serie de negociações. 

Moçambique de nação agressão, a Àfrica do Sul deixa de apoiar a Renamo, apesar de militares ainda fornecer ajuda de maneira encoberta, sob o auspício de uma tentativa de cessar fogo. O que não teve receptividade por parte da Frelimo. Em 1983 tanto a Renamo como a Frelimo muda as suas estratégias para obtenção de apoio internacionais.

Tem inicio uma reforma econômica pela Frelimo, uma mudança para ser aceita no Ocidente, para a obtenção de ajuda emergencial e investimento, em outras palavras submetem ao capital inglês. a própria Inglaterra que no passado usou-se do seu papel imperialista na região.

Ainda a uma questão que tens de ser resolvida por exemplo o uso da terra, é preciso explicar que os padrões de ocupação de antes da independência continuou, em sistemas geridos pela ei formal e pela lei do Estado colonial primeiro passa pela República popular de Moçambique e depois pela república de Moçambique mas coexistindo com normas e regras do uso da terra. E ainda hoje há choques entre as maneiras e as regras, onde há privilégios ou posse da mesma.

A ONU desembarcou nos anos 90 um expressivo contingente de capacetes azuis num total de quatro mil e duzentos e cinquenta soldados, chegando a 7500 soldados da ONU. Com a falta de informações criou-se dificuldades. E deputados  findaram-se inclusive com manifestações e preocupações com desvios de verbas para as força da ONU. São tarefas que eles tentam resolver no seu cotidiano.

Hoje a luta são por outras perspectivas, mas diante do sistema que acabou permanecendo o capitalismo, a luta por igualdade continua. E as forças ideológicas já abalizaram-se. Mas permanece as lembranças e Samora Machel e a sua fala "O dever de cada um de nós é dar tudo ao povo sermos os últimos, quando se trata de benefícios, porque quando se trata de sacrifício. Isso é que é servir o povo. Não se faz a felicidade do povo, e o bem estar, com malandros e criminosos.



Manoel Messias Pereira


professor, poeta, cronista

membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
Membro do Instituto Histórico, Geográfico e genealógico de São José do Rio Preto -SP. 
Membro do Coletivo Negro Minervino de Oliveira- São José do Rio Preto -SP. Brasil
São José do Rio Preto -SP. Brasil


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