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crônica - O meu imaginário escolar - Manoel Messias Pereira

 























O meu imaginário escolar


Desde criança trazemos em nosso imaginário uma instituição escolar como algo muto importante para a nossa vida de criança, adolescente, de adulto. E assim pensamos desde o ensino infantil, infanto-juvenil, depois o ensino fundamental 1 e o ensino fundamental 2 e o Ensino Médio popularmente o que entendemos como ensino básico. E muito antes era chamado de primeiro grau, segundo grau e os colegiais aintigamente era clássico, científico e normal.

E desde criança acreditamos que a escola é um local de ensino aprendizagem, em que o aluno como é chamado aquela criança que será matriculada por seus país ou adultos responsáveis. E a ideia do aluno que vem da palavra em latim alumnus ou seja criança de peito, lactente, menino e por extensão no sentido, discípulo. Ou seja aquele que seguirá o mestre.

Ou seja e o mestre como traz a luz as palavras de Guimarães Rosa no seu livro Sertão Veredas  é aquele que ensina, mas quem de repente aprende. Diante desta frase me vem a mente a ideia de que todos os seres humanos no contexto do ensino e aprendizagem tem alguma coisa pra arender e pra ensinar. E muito mais pra ouvir, e também assimiladamente falar.

Fui aluno e esse imaginário de criança tentei levar para toda a minha vida. E a escola é essa fonte de inspiração, é o encontro de seres humanos, portadores dos sonhos, dos desejos, e da mediação do conhecimento. Sempre guardamos da escola boas lembranças.

Quando cheguei numa escola, mais ou menos nos anos de 1992 aproximadamente que na época era Estadual, chamada E.E. Oscar Pires em São José do Rio Preto-SP., local em que fui dar algumas aulas de geografia. Ali também tive a felicidade de substituir uma professora que estava de licença com aulas de Organização Social e Política do Brasil - OSPB, e de foram muito tranquila, fiz o meu melhor que podia. Trabalhei o entendimento das estruturas politicas, seja dos três poderes constituídos, e como eram distintos, harmonicos e independentes e assim como os níveis a que eles estavam organizados e como a população deveria se portar diante desta estrutura. e Logo a professora da cadeira voltou.

E assim terminei a minha participação naquela classe de pequenos alunos do ensino fundamental. Quando uma menininha chamada Léa V. Ikeda entregou-me, um cartão, na qual ela dizia guarde esta recordação. E neste estava escrito, "o carinho, afeto e o amor são coisas guardas na memória, mas, se forem escritas, que se forem dadas com amor, carinho, de quem te aprecia tanto talvez possa virar não só coisas memoriais, mas sim um pétala de dedicação. E se essa flor brotar, o carinho, o amor rescera em volta deste reino de compreensão. e acima de tudo" Da sua aluno que tanto te aprecia. E aquela criança desenhou um coração e escreveu ao meu melhor professor. Era uma criança oriental e que tinha apenas a mão esquerda. Ou seja tinha essa deficiência.

Esse tipo de manifestação de aluno ou de aluna é um presente eterno pelo nosso trabalho, pois e fortalecido com o respeito devido, e pela atenção de quem dedica a aprender e a ensinar. E numa escola todos aprende a todos os instantes, pois todo o conhecimento parte de uma relação dialetica.

E recordo o que Paulo Freire no seu livro "Pedagogia da Esperança" falava de uma pedagogia dialógica e uma educação libertadora. E segundo ele temos que manter a pratica educacional como diálogo, dialética, autonomia, curriculo oculto e interdisciplinaridade. Só conversei uma única vez com Paulo Freire quando ele esteve em São José do Rio Preto, na escola Monsenhor Gonçalves, eu era um professor sem classe naquele momento.

E em 1995 eu recordo que escrevia alguns artigos que foram publicados na revista Educatio, portanto eu fazia anotações de algumas falas de autoridades. E nesta época no Estado de São Paulo, tivemos como secretario da Educação o escritor Fernando de Morais, da qual sempre fui fã incondicional pelos trabalhos jornalísticos e suas obras que geraram uma riqueza infinita no contexto do conheciemtno brasileiro, e lembro que ele deixou aslgumas frases para a nossa reflexão como "A educação é o problema mais grave do Brasil" "E a solução para a tragédia brasileira é algo que precisa ser resolvida, do contrária entrará no Seculo XXI não como país civilizado".

Num outro momento no inicio de um ano letivo, fizemos o nosso planejamento já no ano de 2006  eu era professor da Escola Genaro Domarco na cidade de Mirassol e portanto no século XXI, e o módulo introdutório da projestão eram organizadas com perguntas revisitadas no Planejamento, em que a primeira pergunta era a) Pra que serve a escola? b) Que escola é exigida para a sociedade em que vivemos, na comunidade em que vivemos? c) Para que aprender, p que aprender  e como aprender? d)Como são os alunos da escola? Quanl a sua trajetória e a identidade sócio-cultural? Que interesses, expectativas e frustrações têm em relação à escola, à familia, à sociedade em geral. e)Como são os pais dos alunos? Qual a sua trajetória profissional e qual a sua identidade sócio cultural e o que esperam da escola? f) E qual o contexto em que a escola está inserida, quais as dificuldades e potencialidades? e que agentes sociais atuam nela, como vêem e como se articulam com A ESCOLA?

Essas perguntas do inicio do planejamento faziam com que a escola passassem a ser um ponto fundamental de identificação, para o processo do ensino e aprendizagem e respondia a pergunta o que ensinar e para que ensinar e como ensinar. E neste contexto também responde o que aprender e como aprender e para que aprender. além também de estabelecer  uma articulação entre o processo educacional da escola com a comunidade.

E isto me fez recordar uma visita que fiz juntamente com um grupo de professores na Unicamp, em 2001 que tive o contato com uma matéria do escritor e professor Bartolomeu Campos Queiroz, que foi professor em Minas Gerais e que passou pelo Instituto Pedagógico Nacional de Paris e decidiu dedicar-se apena e tão somente a literatura. Ele afirmou que o livro estava sendo usado como muleta pedagógica e não comoinstrumento de vôo e percepção e como professor que visitou muitas escolas em Belo Horozonte dizia que não gostou do que viu e chegou a dizer que a educação no Brasil era servil ea mercê de um mercado consumidor. E que a escola estava produzindo um homem infeliz, inseguro, medroso, menos sensivel e cada vez mais ocupado unicamente com o financeiro.

Ele dizia que a literatura abre caminho por ser um instrumento de reflexão. Professor Bartolomeu Campos de Queiroz, que nasceu em 1944 faleceu em 16 de janeiro de 2012 em Belo Horizonte.

Outra crítica que vi foi da professora Dra. Maria Angela Barbato Carneiro, especialista em brinquedoteca, da USP e PUC, que viu como erro a supressão do espaço de brincadeiras na escola, ela afirmou "Uma escola que não privilegia  a brincadeira se torna um lugar triste e desinteressante aos olhos das crianças, favorecendo o comportamento agressivo, individualistas e dependentes.

Mas uma outra professora que cito era do projeto compreensão, que foi aplicado num Colegio Sidarta e que foi tema escrito na revista Educatio. Esse projeto Zero é do grupo de pesquisa da Universidade de Harvard, coordenado por Howard Gardner e David Perkins, e afirmam que a visão da educação é o aprender a aprender é saber como pensar e não o que pensar. e no futuro dizem que os processos serão mais importantes do que os produtos, pois nos ermitem rapidamente  adaptações e atualizações. E quatro questões norteiam o Ensino para a Compreensão. Ou seja 1) O que devo ensinar? 2) O que é importante aprender 3) E como devo ensinar para compreender.4) E como os professores e estudantes podem saber o que os alunos compreenderam e como podem desenvolver o conhecimento produtivo. e ao responder essas questões estamos refletindo  sobre a proposta de trabalho em sala de aula. e tendo em vista os Parâmetros  Curriculares Nacionais.

Todas essas experiencias são importantes para a reflexão de educadores e até mesmo de gestores, pois diante de uma educação que não vai muito bem das pernas como a brasileira, é preciso repensar tudo. E governos que até então muitos acreditavam que estavam contribuindo para isto ou para aquilo. Sim estavam mais atrapalhando do que ajudando. Em 2016 durante o governo de Michel Temer, um documento formulado pela Fundação Ulysses Guimarães que previa maior intervenção do governo federal na educação básica e enfase na qualidade dos municípios e reestruturação do ensono médio. É um documento que não especifica plano de ação, não numeros e nem tampouco metas. Os especialista observaram retrocessos graves, se  comenta a UNE, uma reforma conservadora e na pratica uma regressão política educacional.(Revista época).

Já no governo de Bolsonaro, ocorreu corte de verbas, corrupção no governo, luta ideológica com retrocesso nos principais indicadores (Correio Brasiliense).

E na observancia da PISA, um metodo internacional, observa-se o Brasil na 53.lugar em educação entre 65 países avaliados. Mesmo com os programas sociais e incentivos a matriculas de crianças de 6 a 12 anos, e segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatística existe no Brasil 731 mil crianças fora da escola. O que a CNN fala em último lugar em educação.

Outros dizem da Pândemia, só que o processo pandemico não ocorreu apenas no Brasil, mas sim em todo o mundo. e assim portanto os males que a população colhem são frutos da má versação do objeto de estudo e educação. São caminhos tortuosos que os tais gestores trazem para todos, são o caminho certo do caos, e quando não do processo de privatização e da tercerização. 

Momentos  em que a escola vai perdendo as mediações que se desenvolvem a partir de um projeto sócio-histórico, educacional. e assim o povo vai abdicando da educação como mediação universal da existência histórica. As vezes até inconsciente, na verdade a inconsciência é parte de ignorância acumulada ao longo do tempo. Ou todos passam a reivindicar um Estado de fato e de direito, que se coloque o processo educacional como caminho da evolução e da emancipação politica popular. Caso contrário fica a a necessidade de aprofundar o que afirmou o escritor Fernando de Morais ou a tragédia brasileira sera eminente.

E diante desse quadro que penso na escola como no meu imaginário, em que ali é um local de ensino e aprendizagem, de respeito coletivo e que a comunidade precisa estar plenamente em perfeita sintonia com percepção do voo da educação libertária. Numa construção de educação livre popular em que se privilegie o trabalho de equipe nas unidades escolares e que preserve a liberdade de catédra,  onde mestres e discípulos desenvolva uma educação classica e tecnica, pois quem é integral é o ser humano. E sem a interferência dos governantes. do contrario continue caminhando para caos. E a realidade aponta com certeza para isto.



Manoel Messias Pereira
professor de história aposentado.
Membro do Coletivo Negro Minervino de Oliveira
São José do Rio Preto-SP. Brasil




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