Machado de Assis aos Cento e Oitenta e Seis anos de nascimento.
No dia 21 de junho de 1839 nascia no Brasil monárquico, escravista o garoto negro Joaquim Maria Machado de Assis, no Rio de Janeiro o fundador da Academia Brasileira de Letras - ABL, o maior e mais completo escritor brasileiro. Ele escrevia, poesia, romance, crônica, contos, ensaios, peças teatrais, folhetins, era critico literário e jornalista, além de tradutor do inglês para o português, e francês para o português. Ele hoje considerado o maior e mais completo escritor brasileiro.
Filho de um pai que foi escravo alforriado e que trabalhava como pintor de paredes. Machado de Assim ficou órfão de mãe aos quatro anos e de pai aos 12 anos.
Ele que nascera em 21 de junho de 1839 no Rio de Janeiro, no Morro de Livramento, seu pai negro e sua mãe era da Ilha portuguesa de São Miguel. Portanto exatamente a cento e oitenta e seis anos.
Lutou muito para subir socialmente, nunca frequentou uma universidade e é um auto didata, ele por sofrer com a epilepsia, não ia a escola. E pelo que sei aprendeu o latim com um padre, o francês com uma dona de padaria, e depois aprendeu o inglês. Sua madrasta fazia doces e ele vendia pelas ruas daí a sua comunicação.
Como escritor escreveu 10 romances, 205 contos, dez peças de teatro, cinco coletâneas de poemas e sonetos, seiscentas crônicas e é o introdutor do realismo no Brasil com o livro "Memória Póstuma de Brás Cuba (1881).
Começou a ainda jovem trabalhar na Imprensa oficial, e lá foi tipógrafo, gráfico, escreveu como jornalista. E mais tarde foi Ministro da Agricultura, Ministério do Comércio e Ministro de Obras e Idealizador da Academia Brasileira de Letras e é o seu escritor n. 1.
Na revista Cult de julho de 1999, há uma entrevista do crítico António Dimas, feita ao professor emérito de literatura Brasileira da University of Liverpool. Especialista na obra de Dom Casmurro de Machado de Assis. Ele afirma que numa analise dos 75 contos de Machado nos 50 anos de produz traz certa ajuda ao leitor, em matérias de notas, mapas e enriquecem bastante a leitura.
E nesta entrevista Dimas a certo momento pergunta ao professor se há certa diferença do conto ter sido publicado em jornal ou revista. E a resposta é que o jornal não determina tudo mais é muito importante e dá um exemplo da Gazeta de Noticias talvez o mais importante órgão que Machado publicou, e destaca os célebres contos como a "Teoria do Medalhão," "O espelho", " a Igreja do diabo", Singular Ocorrência e Conto de Escola.'
Num outro ponto o professor destaca que Machado de Assis nunca foi indiferente a história e a politica brasileira, e as primeiras revelações da crítica neste sentido remontam aos anos 50, quando Raymundo Magalhães Jr. demonstrou na juventude ser um liberal convicto e ativo, e a grande dificuldade foi o de saber o que aconteceu na sua maturidade, quando se fez grande escritor. E talvez subterraneamente, operasse aqui de novo o preconceito da arte pela arte e quem fizesse grande arte não poderia ter o interesse corriqueiros ou concretos.
E foi Raymundo Faro quem demoliu as visões antiquadas do autor, detalhando as observações agudas de Machado de Assis, sobre a sociedade e sobre a política, o que tornou quase impossível qualquer argumento contrário.
Quanto ao crítico Roberto Schwartz de 1977, que entra pelo viés das relações de classe, mostrando a profundidade e a agudez das observações machadianas sobre o favor ou clientelismo, agudez que tens raiz óbvia , na sua própria biografia já que Machado vem de origem humilde e dependente.
Hoje há muitos estudos sobre o papel de Machado de Assis, sobre a sua obra e sobre também os cargos políticos que ocupou como ministros e há muita coisa ainda a ser estudada.
Machado casou-se em 12 de novembro com Carolina Augusta Xavier que era cinco anos mais velha do que ele. Ela tinha vindo ao Brasil para cuidar de um irmão enfermo, como já despertara muitas paixões como o poeta Machado de Assis não foi diferente.
Porém o que fizemos foi apenas demonstrar um flash sobre o escritor, que faleceu em no início do século XX no dia 29 de setembro de 1908, devido a complicações de uma ulcera de um câncer na boca mas o atestado de óbito fala em aterosclerose. O que sei é que todos os jornais portugueses, anuncia a sua morte. E seu corpo foi transladado para o Mausoléu da Academia.
O que todo mundo diz é que Castro Alves escrevia a violência explicita que um escravizado esta exposto. Já Machado de Assis escrevia a violência implícita com dissimulações e a falsa camaradagem entre senhor e escravizado na sua ótica tanto na monarquia quanto na República.
Manoel Messias Pereira
professor de história, cronista
membro do Instituto Histórico e Geográfico de são José do Rio Preto -SP. Brasil
membro do Coletivo Negro Minervino de Oliveira de são José do Rio Preto -SP
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