A arte no contexto marxista
A arte é o ponto de partida dos estudos marxistas, pois esse ponto é o ato criador. Mas também é o ato de chegada em que cada ser humano seja um criador. Um poeta um ser humano. E tudo isto é que aprendi ao longo de minha atividade como comunista e escritor.
E nisto reside o mito, do ser da criação artística, no ato humano do trabalho e da continua criação do ser humano pelo ser humano. E essas primeira impressões que descrevo estão com certeza no Marxismo, escrita pelo camarada Roger Gaurady (17/07/1913 em Marselha 13/06/2012)num livro lançado pela Paz e Terra. Pode ser que não estejas nestas minhas palavras mas com esse mesmo sentido.
O mito passa da utopia à ciência, cujo o socialismo não destrói o sonho, mas sim dá o sentido ou melhor o fundamento científico e uma técnica eficaz de realização.
Mas o próprio Lênin disse um dia é preciso sonhar, pois ele sabia que a vida é o mito em ato. e numa perspectiva humanista, o mito situa-se ao nível do ato criador do ser humano: nem acima e nem abaixo.
Sei que a ideia do mito ultrapassa ou tem outras linguagem que não vou concordar. Pois o mito não é participação mas sim é a própria criação.
É logico se buscar em autores como Goerge Berkeley (12/03/1685 Dysart Castle a 14/01/1753-Oxônia) ele vai dizer que a natureza é a linguagem simbólica em que um espírito infinito fala ao espírito finito. Se for buscar em Ernest Cassirer (28/07/1874 Breslávia a 13/04/1945 Nova York), ele afirma que o mito é a Odisseia da consciência de Deus, for em George Gusdorf ( 10/04/1912-Bordeu a 17/10/1992 Teste-de -Buch) ele vai afirmar que o Mito é o mergulho é a reintegração da metafísica na realidade. Se buscar em Henry Dumery (29/02/1920 a 6/02/2012-Paris) vai me dizer que o mito é um tato de valores pré existentes e se for para psicologia de Jung ele trata do arquétipo ou imagem primordial, seja a matriz da ideia. Quando o mito não é uma ancoragem numa natureza originária.
Se o mito é uma linguagem da transcendência, essa transcendência não pode ser pensada em termos de exterioridade ou de presença: nem transcendência do alto de um Deus, nem transcendência de baixo de uma natureza dada e acabada.
Obvio se fomos procurar em Sigmund Freud( 6/05/1856-Pribor -Tchéquia a23/09/1939 Hampstead) ele vai dizer que o mito é uma tradução sublimada do desejo, mas se eu existo em Karl Marx sei o o mito é um momento do trabalho.
E nisto reside a diferença fundamental, pois o desejo prolonga a natureza ao passo que o trabalho a transcende.
E nós marxista fazemos do trabalho a matriz do mito, aliás como toda a cultura em oposição à natureza, é algo que já nos permite traçar uma linha de demarcação entre o símbolo onírico e o símbolo mítico. O primeiro é a expressão ou tradução do desejo e o segundo é o momento da criação contínua do ser humano. pelo ser humano. Sob a forma poética, profética.
E se o mito é esse momento de trabalho pela qual há emergência do ser humano se afirma com essa dimensão nova do ser que é a eficácia do futuro, não se pode chamar de mito aquilo que é mera sobrevivência do passado, a razão preguiçosa e superada da alegoria ou das fábulas etiológicas.
E não podemos chamar de mito a reprodução ou conservação do presente por uma ideia força ou norma de conduta. semelhante ao estereótipo social multiplicando pela propaganda ou publicidade, é a ilusão e a alienação. Creio que quem trabalha com a propaganda trabalha com a arte pois está criando no ato e neste caso o mito é o momento do trabalho.
E nem sempre quando trabalha com a reprodução e a conservação não tende a promover a história e sim a detê-la, dando apenas uma fisionomia ao circulo fechado do instinto. Por exemplo porque os governo ou gestores de direita deseja retirar sempre a história do currículo ou apenas pincelar de forma superficial nos currículos escolares. E as variante disto são numerosas. Desde a propaganda hitlerista da raça pseudo "superior', desde o uso do erotismo como meio de publicidade, e até esse sucedâneo degradação do herói mítico que é o ídolo que oferece à juventude a ilusão compensadora de uma vida alienada, de uma vida por procuração, graças à inflação do mito: Soraya no lugar de Berenice e Brigitt Bardot no lugar de Afrodite.
Ha mitos que não serve para nada e até nos deservem. e não nos levam a lugar algum e há outros que nos orientam para o centro de criador de nós mesmos que os abre horizontes sempre novos e nos ajudam a superar nossas limitações.
O mito não é o produto de uma mentalidade do passado, primitivo mas o mito da razão contemporâneo,
E isto é que nos implicam numa dupla libertação, dos dados da natureza exterior e de nossa própria transcendência.
Karl Marx nos explica que o mito que exprime a a infância sadia do homem, recusando a definir a realidade exclusivamente pelo anankê da ordem existente na natureza ou na sociedade que se trata de prometeu de Ícaro ou de Antígona de ou de Pigmalião.
Em cada mito, seja ele poético ou religioso, o ser humano se reapodera de sua transcendência em face de qualquer ordem dada. e isto a partir da dimensão específica do trabalho.: ou seja a presença do futuro como fermentação do presente.
O que caracteriza os grandes mitos como abertura para a transcendência é mais a dominação do tempo do que a saída dele. O grande tempo permite ao ser humano reviver a aurora do mundo. O momento é o da criação não se aprender com o fragmento do cosmo, mas ser capaz de transcendê-lo de nele intervir como criador.
Enfim o sentido da história nasceu com o primeiro ser humano com o primeiro trabalho, com o primeiro projeto. Esse sentido se enriqueceu com todos os projetos humanos. Ele permanece sempre uma tarefa a ser cumprida e a criação. É o que distingue a concepção marxista da história da concepção de Hegel para quem o sentido final da história humana se transforma numa falsa história, não sendo mais do que a busca mais ou menos consciente deste termo.
Manoel Messias Pereira
Membro do Coletivo Negro Minervino de Oliveira- São José do Rio Preto- SP. - Brasil
Membro do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de São José do Rio Preto -SP. Brasil
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