A Primeira Guerra do Ópio
A data de 3 de junho de 1839 nos remete a destruição de 1,2 milhões de quilos de ópio por Lin Hse Tsu confiscado de mercadores britânico, proporcionando um caso belli para abrir hostilidades resultando na Primeira Guerra do ópio, entre a China e Inglaterra.
E cabe recordar que esse episódio, assim como a Segunda guerra do ópio é parte do processo Imperialista, quando os países desenvolvidos industrialmente conseguiram passar a dominar o mundo todo. E esse novo imperialismo em suas motivações caraterísticas diferenciou-se bastante daquele levado a efeito no período de transição entre o Feudalismo ao Capitalismo.
O Imperialismo do século XIX está alicerçado nas transformações dentro do próprio sistema capitalista, inclusive suas crises periódicas, uma das quais , na década de 1870 abalou profundamente os países desenvolvidos.
A China era o alvo mais cobiçado, sendo repartida (break-up) em área de influência de várias nações, inclusive de uma nação asiática como o Japão após a sua Revolução Meiji, que iniciava um processo de industrialização. Porém os chineses não aceitara passivamente o domínio. E disto surgiram vária rebeliões como a de Taiping (1885-1864) e a dos Bôxeres (1900 a 1901), a primeira de caráter nitidamente camponês e a segunda voltada essencialmente contra o domínio econômico e cultural estrangeiro.
E na análise que temos está calcada nos estudos de Vladimir Ilictch Ulianov o revolucionário Lênin, que no seu estudo indica-nos que o Imperialismo é a fase superior do Capitalismo, quando ele fala da concentração da produção e do capital atingindo um grau de desenvolvimento tão elevado que origina os monopólios cujo o papel é decisivo na vida econômica. Quando se tem a fuso do capital bancário com o capita financeiro industrial, e criação, com base nesse capital financeiro, de uma oligarquia financeira. E diferentemente da exportação de mercadorias, a exportação de capitais assume uma importância muito particular. E com isso temos a formação de uniões internacionais monopolistas de capitais que partilham o mundo entre si. O termo partilha territorial do globo entre as maiores potencias capitalista.
Porém é no livro a História da China de Li Ming e Xu Guang da edições de línguas estrangeiras -Beijing de 1985, no Capítulo II chamada de Época Moderna que vai de 1840 a 1919, que segue da Guerra do Ópio de 1840 até as vésperas do Movimento de 4 de maio de 1919, incluindo a fundação da República da China e a queda da Dinastia Qing -80anos anos que constitui a época moderna da história da China.
A Guerra do ópio e o Reino Celestial de Taiping
Proibição do ópio.
Já antes do quarto decénio do Século XIX, a Inglaterra apresentava-se como o país mais desenvolvido de todo o mundo. Após ter reforçado o seu domínio sobre a Índia, dirigiu então contra a China todo o seu potencial de agressão. A China era portanto uma país que praticava uma política de isolamento, e o modo de produção dominante era a agricultura em pequena escala e uma indústria artesanal familiar.
Entre os camponeses os homens dedicava ao cuidado com a terra e as mulheres as tecelagens dando respostas à quase totalidade de seu próprio consumo em termos de alimentação, vestuário e outras necessidades de uso quotidiano. Os têxteis britânico não conseguiam impor na China o seu mercado. E assim os capitalistas britânico se via a necessidade de trocar dispender assim grande quantidade de prata em troca de chá, seda e outros produtos chineses.
E para roubar a China e sua riqueza, esses capitalistas recorreram ao contrabando que fazia através das suas forças armadas e por meio dos subornos dos funcionários chineses para que esses autorizassem a desembarcar grandes quantidades de ópio no território chinês.
Em 1820 a quantidade de ópio introduzida na China era de 4.000 caixas e cada caixa com 133 libras. Esse numero aumentou para 40.000 caixas em 1838. Durante os vinte anos anterior saíram da China mais de 100 milhões de taéis de prata . Isto trouxe coo consequência o aumento do imposto para os camponeses e das dificuldades financeiras para o governo Qing. Entretanto o número de consumidores de ópio aumentou aos olhos vistos assim como a corrupção de governantes e funcionários. E a capacidade combativa do exércio chinês enfraqueceu também. O imperador Daoguang receava que sua posição de líder pudsse vir a estar em perigo e por isso em 1838, mandou Li Zexu como seu enviado especial para GuanZhou com uma missão específica de fazer cumprir a proibição do tráfico de ópio.
Lin Zexu chegou a GuangZhou em março de 1839 e deu prazo a todos os negociantes de ópio para que entregasse todo o ópio que possuissem em armazém. Charles Elliot, encarregado de negócio inglês na China, viu -se obrigado a entregar 20.000 caixas, que de todo pesava 1.150.000 quilos. E destas 1.500, mais ou menos pertenciam a comerciantes americanos. E no dia 3 de junho Lin Zexu mandou queimar todo o ópio confiscado na praia de Humem. E assim após ter acabado com o ópio existente entre a China e a Inglaterra restabeleceu então o comércio mas com a condição de que os comerciantes ingleses não podiam nunca, fosse a que pretexto fosse, trazer ópio para a China.
Guerra do Ópio
Em junho de 1840, a Inglaterra, alegando que era para proteger os seus comerciantes, enviou 40 barcos com 4.000 homens para invadir as regiões costeiras da província de Guangdong e, assim estalou a Guerra do Ópio. Ao verem que o povo e o exército de Guangzhou estaam bem preparados para se defenderem, os invasores atacaram então Xiamen na provincia de Fujian, onde também foram repelidos. E mais tarde conseguiram ocupar a cidade de Dinghai na província de Zhejiang e dali partiram para o Norte e em agosto deste ano chegaram à região de Tianjin. Face a ameaça dos canhões, o governo Qing começou a vacilar. Demitiu Lin Zexu dos seus poderes e mandou que fosse castigado. Enviou então Qishan, um dos chefes capitulacionistas, para Guangzhou a fim de negociar a paz com o Exército inglês.
Em janeiro de 1841, Oishan assinou o projeto da Convenção de Chuanbi com os ingleses, segundo a qual a China cedeu Honkkong à Inglaterra e abria o porto de Guangzhou ao comercio. Mas o imperador Douguang, que a concessão de território e o pagamento de indenização era insulto ao poder imperial, declarou guerra a Inglaterra e nomeou o seu sobrinho Yishan como encarregado dos assuntos militares em Guangzhou. Em fevereiro os ingleses voltaram a atacar Humen. Os quatrocentos chineses que aí se defenderam, sob o comando do general Guan Tianpei, lutaram ate as últimas gotas de sangue. E em maio os ingleses bombardearam Guangzhou com fogo de artilharia, o que fez com que Yishan hasteaste a bandeira branca e se rendesse. E depois foram até Sanyuanli, uma aldeia nos arredores a norte de Guangzhou e os soldados ingleses saquearam como era de constume. Revoltados, os aldeões com ajuda de 103 outras aldeias contra-atacam e matam e ferem muitos soldados ingleses.
Após ter recebido a Convenção de Chuanbi, o governo inglês não mostrou satisfeito com o termo do acordo, pois concluiu que era por demais brando para com os chineses. E ao invés de ratificar mandou que que Henry Pottinger com uma armada de 26 barcos e 3.500 homens para prosseguir essa guerra de agressão. Os invasores ingleses ocuparam então Xiamem, em agosto e Dinghai em outubro e a China ainda perdeu Zhenhai e Ningbo. E em agosto, os navios de guerra ingleses chegam até Nanjing através do rio Chiangjiang e ocuparam Shangai e Zhenjinag. O governo de Qing mandou então Qiying como enviado do imperador a bordo do navio de guerra ingles onde firmaram o Tratado Sino Ingles de Nanjing, que constituiu uma forte humilhação para a nação chinesa
Era um tratado com 13 artigos, na qual a China assinou em condição de desigualdade com um agressor estrangeiro. Era um tratado que a China abria mão do comercio exterior, os portos de Guangzhou, Fuzhou, Xiamen , Ningbo e Shanhai e cedia Hongkong aos ingleses que pagaria, uma indenização.
Em 1844 os Estados Unidos da América e a França obrigaram o governo de Qing a assinar respcetivamente o Tratado Sino-Americano de Wangxia e o Tratado Sino-Frances de Huangpu, por eles esses países adquiriram todos os privilégios consagrados já pelo Tratado de Nanjing e documentos complementares salvo a concessão de territórios e pagamentos de indenizações. E os americanos ainda obtiveram o privilégio especial de poder mandar navios de guerra para os portos chineses para proteção do comércio de seu país e de poder construir igrejas e hospitais naqueles cinco portos. e pouco a pouco a China foi se transformando numa sociedade semi-feudal. As contradições entre as nações chinesa e o capitalismo. Levou o país a buscar por meio de um Movimento revolucionário com dois objetivo, lutar contra os invasores capitalista e lutar contra o poder feudal.
Levantamento de Jintian
Após a guerra do ópio, o povo chinês viu aumentando o seu sofrimento pois estavam sujeitos a dupla opressão dos capitalistas estrangeiros por um lado e dos senhores feudais de outro. E entre 1841 a 1850 ocorreu mais de 100 levantamento de camponeses e muitos núcleos de resistências populares que uniram-se até formar o Levantamento de Taiping chefiado por Hog Xiuquan.
Xiuquan que juntamente com seu primo e seu colega de escola, Feng Yshan e Hong Rengan, fundaram a sociedade secreta chamado Sociedade do Culto de Deus, baseado no Cristianismo, e pregaram que todo ser humano na face da terra pertenciam a mesma família e deveriam compartilhar entre si, e que toda a gente tem o direito politico e o acesso a riqueza e bem em relação a riqueza e nacionalidade. E em 11 de janeiro de 1851 Hong Xiuquan criara o Reino Celestial de Taiping (Paz) e seu exercito chamou Exercito Taiping ou Exercito de Paz. E em setembro o Exercito de Paz atacou e ocupou Yong'an (Mengshan, Guangxi e começou a aplicar um novo sistema politico militar. E foi com o Reino Celestial de Taiping que tornou-se público O Sistema da Propriedade de Terra do Reino Celestial que aplicou o principio de que toda a terra esta debaixo do céu e deve ser cultivada por todos. E deveria ser distribuída de acordo com o agregado familiar. O ultimo período do Reino Celestial que contou com 100.000 homens começo a ruir com lutas internas como contra o próprio governo de Qing.
A vida continuou, e pelo que sei a segunda guerra do ópio somente veio em 1857. Quando os chineses puderam usar os punhos na chamada Guerra dos bôxeres. Mas essa é uma história que contaremos noutra oportunidade.
Manoel Messias Pereira
professor de história, Estudos Sociais
São José do Rio Preto - SP.
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