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Crônica - A Revolta dos camponeses alemães sobre os olhares cristãos - Manoel Messias Pereira

 




A Revolta dos camponeses alemães sobre os olhares Cristãos

Em 15 de maio de 1525 tivemos a história dos camponeses insurgentes liderados pelo pastor Thomas Muntzer, que acabaram derrotados na Batalha de Frankenhausen, podo o fim na chamada Revolta dos Camponeses alemães, que tiveram do outro lado, incentivando os donos de terras o pastor Martinho Lutero, no Sacro Império Germânico. E o que temos de informações foi que Muntzer acabou tendo sua cabeça decepada.

Essa história nos levam a Conhecida Reforma religiosa, quando a unidade da Igreja Católica foi rompida devido ao surgimento de novas denominações cristãs, num movimento que teceram severas críticas Igreja Católica Apostólica Romana.

E as tais criticas possuíam vários teores religiosos, mas também políticos, sócio econômicos e ideológicos. em relação a religião a crítica ia no sentido de dizer do despreparo religioso dos membros do clero católico, com abusos como vendas de relíquias da Igreja, vendas de cargos e do perdão na chamada indulgência.

Na questão politica a crítica concentrava-se na contradição do universalismo da Igreja Católica  e dos interesses nascentes dos Estados Nacionais, no conflito entre o poder temporal e Espiritual e a excessiva interferência da Igreja nos assuntos internos dos Estados europeus.

Nas questões sócio econômica havia os interesses da nobreza nas terras da Igreja e a necessidade de uma nova ética econômica adequada as mudanças. Pois para a época a Igreja católica era contra os juros e os lucros dos comércios. E por fim havia concorrendo com tudo isto o aspecto ideológico, pois parte dos cristãos mais revigorados e rejuvenescidos acreditavam num individualismo em que cada um seria o sacerdote de si mesmo.

E estes aspectos mostram que a hegemonia da Igreja católica perdia força, porém essa instituição permanecia com a sua hierarquia eclesiástica preservada  tanto que manteve os sete sacramentos, a Bíblia como fonte de fé e a interpretação dos textos sagrados sendo feitos pela própria Igreja e a ideia da Salvação obtidas pela fé e as boas obras. E o uso do latim que até hoje é a língua oficial da Igreja católica. E mãe de todas as língua latinas.

Portanto as reformas são questões da estrutura da própria mudança do fim do feudalismo e princípio para o sistema capitalista. Quando atemos as questões dos escritos de Friedrich Engels vamos perceber que para ele, não ocorreu de forma alguma fase de revolução burguesa no Século XVI, porém esse principio de revolução porém é defendido por alguns autores marxistas. E acreditam que as ideias  de Lutero tem pouca importância e sim a luta liderada por Thomas Muntzer é de caráter anti feudal. E Engels vai afirmar que os camponeses realizaram objetivamente a tarefa que realmente deveria ser efetuado pela burguesia.

Em relação ao capitalismo, um historiador chamado Roland Mousnier chegou a afirmar que Lutero era hostil ao sistema do capital, que ele dizia ser obra do demônio. Porém recomendou o empréstimo gratuito a venda a preços baixo, apenas suficiente para manter o vendedor. Mas não para tira a liberdade do espírito, e ele recusou a falar em matéria econômica. e dizia que o comerciante deveria  devia consultar o Evangelho e suas consciência. e praticamente muitas pessoas julgaram livres das prescrições escolásticas. E esse autor assinava que o luteranismo, contra a vontade de Lutero provocou o surto do capitalismo.

Porém voltando ao livro de Friedrich Engels "As Guerras Camponesas na Alemanha" na página quarenta e hum 41, ele diz que os plebeus eram a única classe que então se achava inteiramente à margem da sociedade existente, portanto fora da comunidade feudal e da comunidade burguesa, portanto eram aqueles que não tinham nem privilégios e nem bens, não tinham propriedades carregadas de impostos que eram esmagadoras dos camponeses. Portanto não tinham nada nem direito a sua vida normal e nem tinham contatos com o Estado, que ignorava até a sua existência.

Essa fração plebeia não podia contentar-se apenas com o combate ao feudalismo e a burguesia privilegiada, ou seja devia ir além da própria sociedade  burguesa. e segundo Engels essa fração de desprovidos  de bens renega a ideia de conceitos comuns a todas as sociedades baseada no antagonismo de classes. E as fantasias quiliásticas do cristianismo primitivo ofereciam o ponto de referência oportuno. Porém a superação, não só do presente como também do futuro, não podia ser senão forçada e imaginária e imaginária. E o ataque contra a propriedade privada, as reivindicações referente ao estabelecimento da comunidade de bens não podia dar mais resultados do que a simples organização da caridade; a confusa igualdade cristã podia no máximo traduzir-se pela igualdade burguesa ante estabelecimento de governos republicanos eleitos pelo povo. A antecipação do comunismo, na imaginação, conduziu na realidade a uma antecipação da nova sociedade burguesa.

Enquanto no campo católico os conservadores se agruparam os chamados elementos interessados na conservação do que existia, a reforma luterana ficaram com os ricos os prelados e os patrícios das cidades. E os camponeses e plebeus formaram o partido revolucionário, cujo o porta voz foi Tomás Muntzer.

O que Friedrich Engels mostra no seu livro é que a Revolução de 1525 foi um caso particular na Alemanha, e que os ingleses, os thecos, e húngaros já havia manifestados ou feito suas revoltas camponesas E se a Alemanha estava dividida toda a Europa muito mais.

Esses fragmentos da história envolvendo a crença em Cristo e a organização interpretativas da Bíblia, não deixou de criar uma aura de separação entre pobres e ricos, embora o Cristianismo pregue toda a humildade, como afirmavam aqueles que defendem a Bíblia em Lucas 18:24-25 É mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino do Céu. Creio que essa foi uma importante contribuição para aqueles que estudam e buscam aperfeiçoar em história e entender as questões que permeiam a propriedade e o cristianismo.


Manoel Messias Pereira

professor de história

Membro do Coletivo Negro Minervino de Oliveira/Membro do Instituto Histórico Geográfico e Genealógico de São José do Rio Preto/ Academia de Letras do Brasil-São José do Rio Preto/Uberaba-MG. poeta, cronista.





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