Faz quatro anos do golpe dentro do golpe no Mali
Recordo que no dia 24 de maio de 2021, vimos o presidente do Mali, Bah Ndaw e assim como o primeiro ministro daquele país Modar Uane serem afastados e detidos pelos militares perante os mediadores internacionais presente no País. Informações essa chegada à imprensa pelo conselheiro especial do Cel Assimi Goita Sr. Baba Cissé.
Vale lembrar que Goita na verdade liderou o golpe de Estado. E um membro da missão internacional confirma que o ex-presidente , assim como primeiro ministro renunciaram ao seus mandatos. Porém as negociações para a libertação dos detidos ficaram em andamento assim como a formação de um novo governo.
A delegação responsável pelo golpe novo, transferiram os para um campo militar de Kali, portanto longe de Bamaco cerca de 15 km, local em que reuniram-se com um dos líderes que lá estão desde a detenção do presidente e do primeiro ministro.
Goita afirmou que os dois renunciaram e acusaram -os de terem formados um novo governo sem consulta -lo ele que era vice presidente e responsável pelos assuntos de segurança, um papel importante num país agitado pela propagação dos grupos extremistas islâmicos e outros que usam todos os tipos de violência.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas - ONU, reuniu a porta fechado para examinar a situação do Mali, na qual a diplomacia fracassou e seus aliados da África Ocidental tem certos medos.
A França esteve mediando juntamente com os países africanos garantiu Le Drian, que é o Ministro francês para os assuntos estrangeiros cujo o país mantem sua força no Sahel, que é a região entre o norte onde está o deserto de Saara e as Savana do Sudão do sul e especialmente no Mali para lutar contra os extremistas islâmicos. O presidente francês Emmanuel Macron informou que os país europeus também poderão aplicar sanções.
Já os emissários da África Ocidental enviados a Bamaco na terça feira, continuam a sua missão de mediadora. E ontem encontraram com os ex-presidente e o ex- primeiro ministro, talvez para certificar dessas renuncias
A delegação da Comissão Econômica do Estados da África Ocidental -CEDEAO obteve na terça feira a autorização do Coronel Assumi Goita, que foi o líder do golpe de Estado ocorrido em 18 de agosto de 2020 e que na época derrubou o presidente Ibraim Bobacar Keita. O encontro também serviu para verificar o estado de saúde do presidente Bah Ndow e de Modar Uane e de fato verificar essas renuncias.
O próprio presidente da França Emmanuel Macron já admitiu que esse é um golpe dentro do golpe, como se fosse casca de cebola ou melhor quando era criança ficava vendo uma latinha de fermento que havia um desenho desta mesma lata dentro da lata. E assim vemos estabelecido que o Movimento militar que derrubou Keita, que criou o Conselho de transição para organizar as eleições em 18 meses, mas manteve a estrutura do poder.
O golpe em curso, a enésima reviravolta na história contemporânea do Mali, levantou uma serie de questões sobre o impacto na luta contra os extremistas assim como o funcionamento do governo e as eleições marcadas que deveria ser marcada ou realizada. Tudo ficou em aberto para um possível discussão. E para melhor compreensão acompanhei com um texto o golpe de 18 agosto de 2020 e a movimentação de outro golpe porém não político mas sim de pleno luto quando em 21 janeiro de 2021 Modiba Keita veio a falecer. E agora observamos que é o golpe dentro do golpe e que existe neste maio de 2021 vemos uma ligação com num desenrolar que complicado que liga a agosto de 2020. E o complicador é para o poder estabelecido e para a população que necessita de um governo afeito as necessidades de cada ser humano que lá vive e, que espera um bom serviço público a favor de cada ser humano.
O que podemos lembrar é que depois do golpe tivemos a informação de que 16 de maio de 2023 os governos militares de Mali, Burquina Fasso e Níger formaram a Aliança de Estado do Sohel -AES para fortalecer os três países e combater os jihadístas da Al-Qaeda e do Estado Islâmico. E em 2024 o Mali saiu do CEDEAO.
Para maiores informações sobre o país, sabemos que é um território sem saída para o mar, que foram sedes Império de três reinos, de Gana, do Mali e de Sôngai. Lembrando que o Mali e o Senegal formar uma uma "Federação Mali" desde á Independência desde 1960. O território tem 1.200.000Km2, com uma população estimada e 24,5 milhões de pessoas, e tem como recursos minerais, o ouro. urânio e o sal.
E a palavra Mali significa onde o rei mora, mas segundo o escritor Djibril Niane, sugere na sua Sundiata An Epicop Old Mali de 1965, que vem da tradição Mandinka, que fala do lendário imperador Suandiata Keita que diz que transformou num hipopôtamo. Outros dizem que Mali vem da pronuncia Fulani dos povos Mande e que devido a pronúncia passou a ser conhecido a Mali.
Essa uma narrativa é do que temos em mãos como lendas, fábulas e a história e pensamento deste país onde temos uma população em que vive abaixo da linha da pobreza, principalmente a massa trabalhadora. Mas sabemos são vítima do sistema capitalista.
Manoel Messias Pereira
professor de história, e cronista brasileiro.
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